segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

 

Médium e Mediunidade

 

Questionados sobre que definição se pode dar dos Espíritos, na questão 76 de O Livro dos Espíritos, Kardec obteve a seguinte resposta da espiritualidade superior:

“Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material.”

Para habitar mundos físicos, os Espíritos necessitam de corpos cuja matéria seja apropriada para habitar este ou aquele mundo. São as várias moradas da casa de meu Pai, a que se referiu Jesus. A Humanidade terrena se constitui, portanto, de Espíritos que habitam corpos estruturados em matéria mais densa.

Da mesma forma que os homens encarnados se comunicam entre si até mesmo estando em meios diversos, como o fundo do oceano, no espaço ou nos mais longínquos rincões terrestres, os Espíritos (entenda-se aqui, os seres desencarnados, habitantes das dimensões fora da Terra, porém ainda providos de corpos de menor densidade material), também podem comunicar-se.

Não estranhe esta possibilidade de comunicação entre os considerados “mortos” e os “vivos”. Basta entender que, como filhos de Deus, um único Pai, estamos todos conectados, quer seja de maneira consciente ou inconsciente.

Para clarear o pensamento, André Luiz tem interessante ensinamento que diz que Deus auxilia a criatura, através das próprias criaturas, sejam eles encarnados ou desencarnados. Quer dizer que ao se fazer atuante na Criação pelas criaturas, Deus institui que todos nós sejamos intérpretes da Sua vontade.

Daí surge o médium!

Em qualquer planeta ou dimensão, com maior ou menor densidade material, que o Espírito esteja encarnado (revestido por alguma espécie de corpo) ele será médium e haverá a mediunidade. Ou seja, mediunidade não é fenômeno restrito ao planeta Terra. Chico Xavier dizia que, se Deus permitisse, após desencarnar, ele gostaria de continuar a ser médium.  

Os mais evoluídos, sábios e superiores Espíritos, são melhores intérpretes, portanto melhores médiuns. Jesus é o sublime intérprete de Deus. Jesus é médium de Deus.

Lembram-se? “Eu e meu Pai somos um”, é uma clara referência de que o Cristo viveu e agiu entre nós, rigorosamente, conforme a Lei Divina, nos deixando exemplos de como agir para redimirmo-nos e também sermos um com o Pai, um dia, sabe-se lá Deus quando.    

Os menos evoluídos, ignorantes e inferiores, independentes de sua vontade, são também médiuns, porém ainda imperfeitos e falíveis. Disse independente de sua vontade, mas acrescento de sua religião, cultura, nacionalidade, etc. Temos médiuns católicos, evangélicos, testemunhas de Jeová, ateus, materialistas, muçulmanos, budistas, umbandistas e claro, espíritas e etc.

Onde há Espírito, haverá médium e mediunidade.

A mediunidade na Terra, é tão antiga quanto o aparecimento do homem sobre ela.

Neste particular é lícito dizer que a mediunidade não pertence ao Espiritismo, muito embora, de forma profunda e pioneira, Allan Kardec a tenha magistralmente estudado, com auxílio dos Espíritos superiores, em O Livro dos Médiuns e demais obras básicas da codificação Espírita.

Por ser a mediunidade uma condição psíquica do Espírito imortal, ela pode se desenvolver e evoluir, assim como os sentidos físicos do homem ainda se encontram em evolução. Desta afirmação resulta que diferentes médiuns manifestarão diferentes graus de mediunidade com aptidões distintas no campo da percepção, desde de que esta, se situe acima de sua condição evolutiva.

Leiamos atentamente este pequeno texto:

“Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.

E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.

E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.

Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil. Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra do conhecimento;

E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar;

E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação das línguas.

Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.”

 

Para o leitor distraído, o texto acima pertencerá a um autor espírita da modernidade ou talvez a uma obra de psicográfica em que o espírito desejou falar dos aspectos da mediunidade e suas faculdades. Contudo, estas afirmações são das próprias mãos do apóstolo Paulo, registradas há vinte séculos, e constam no capitulo doze de sua primeira carta aos coríntios.

Cada pessoa, esteja onde estiver, poderá agir na obra do bem, em favor de si próprio e de acordo com suas possibilidades, glorificando o privilégio de aprender e de servir.

 (*) Todos os grifos são meus.

Referências

(1) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 67ª ed.  Brasília. Editora FEB, 1944. 494p.

(2) BÍBLIA. Português. Bíblia sagradaTradução de Padre Antônio Pereira de Figueredo. Rio de Janeiro: Encyclopaedia Britannica, 1980. Edição Ecumênica.

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