segunda-feira, 2 de junho de 2025

 

Ser médium é fácil, difícil é ser bom

 

A frase que intitula o artigo desta semana atribuída ao Dr. Odilon Fernandes, valoroso estudioso e profundo conhecedor à cerca da mediunidade, nos deve conduzir a mais profundas reflexões em relação ao nosso real papel na Doutrina Espírita.

Acreditar que basta estarmos frequentando a doutrina, escrever e publicar livros e artigos, participar ativamente de uma casa espírita ou ajudar no desenvolvimento da doutrina será suficiente para o nosso engrandecimento espiritual.

Quem dera fosse tão fácil assim.

As revelações disponíveis na literatura espírita para nós, já bastante crescidinhos, são mais que suficientes para guiar-nos e não nos deixar iludir ou enganar-nos uma vez mais nesta presente encarnação.

É bom ir avisando que, a adesão a esta ou aquela crença religiosa não garante nenhum acesso aos mundos superiores. Deixemos, de uma vez por todas, de acreditar que rótulos religiosos podem salvar este ou aquele crente. Até mesmo para o espírita, pois a doutrina espírita não é proprietária da Verdade. A verdade é a verdade, que o diga Pilatos, e cedo ou tarde, terminará por se impor aos mesquinhos interesses humanos. 

Em Jesus, cuja perfeição para nós, se perde na noite dos tempos, a verdade inestancável, o nosso modelo de sabedoria e de amor. “Eu e meu pai somos um” dizia o Mestre se referindo a sua constante ligação com o alto, a oferecer fiel modelo de como deve ser para o ser humano na Terra, o cultivo da mediunidade com Jesus.

No esforço constante e diário de permanecer em sintonia com as esferas mais altas, deve o cristão procurar sublimar a sua mediunidade, ainda mesmo que hoje ela se manifeste de forma incipiente.

Saibamos reconhecer e aceitar humildemente, o nosso posto de médiuns aprendizes e iniciantes, detentores de manifestações ainda muito primárias. Como expressa o Dr. Odilon Fernandes: "em matéria de mediunidade, agora é que estamos saindo da caverna".

Médiuns com reais condições e com missões na Terra, são raros. A quase totalidade de médiuns que procuram traduzir o pensamento dos desencarnados para a Terra está lidando com espíritos comuns. Não obstante, não esqueçamos que foram os espíritos batedores, localizados como últimos na escala espírita, que sob a tutela dos Espíritos superiores, deflagraram os fenômenos físicos, que após serem estudados por Allan Kardec, abriram caminho para a codificação do espiritismo.

Assim também, diversos médiuns, portadores de excelentes faculdades mediúnicas, direta ou indiretamente, foram convocados ao labor da mediunidade pelo assédio de espíritos inferiores. E todos, indistintamente, assumindo a charrua do esforço, mostraram seu valor, não pelo número de faculdades mediúnicas que eram portadores, mas sim pelo bem ao próximo que souberam produzir utilizando está bendita ferramenta.

Ser médium não deve ser encarado como privilégio, e sim como concessão da misericórdia divina por serviço e oportunidade de engrandecimento.  

André Luiz, no livro Ideal espírita, apresenta a única medida capaz de nos elevar:

 

“A carteira de identidade presta informações de sua pessoa humana. O calendário fala de sua idade física. O relógio marca o seu tempo. O metro especifica as dimensões do seu corpo. A altitude revela a sua localização transitória sobre o nível do oceano. A tinta grava as suas impressões digitais. O trabalho demonstra a sua vocação. A radiografia faculta o exame dos seus órgãos. O eletrocardiógrafo determina as oscilações do seu músculo cardíaco.

Todos os seus estados e condições, realizações e necessidades podem ser definidos por máquinas, engenhos, instrumentos, aparelhos, laboratórios e fichários da Terra, entretanto, não se esqueça você de que o serviço ao próximo é a única medida que fornece exata notícia do seu merecimento espiritual.”

         

          A nossa maior necessidade é sermos bons! O resto virá por acréscimo...

 

(*) Todos os grifos são nossos

 

Referência

(2) Diversos Espíritos. Ideal espírita. Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. 11ª ed. Editora CEC, 1991. 236p.

2 comentários:

  1. Sim! O mais importante é saber amar; amar sempre, pois será através desse sentimento sublime que nos liberaremos da própria inferioridade.

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