segunda-feira, 23 de junho de 2025

 

Desperte e aproveite sua oportunidade.

 

578. Poderá o Espírito, por própria culpa, falir na sua missão? 

“Sim, se não for um Espírito superior.”

 a) - Que conseqüências lhe advirão da sua falência?

“Terá que retomar a tarefa; essa a sua punição. Também sofrerá as conseqüências do mal que haja causado.”

 

 

É bem conhecida a afirmativa, atribuída a Chico Xavier, que diz que os espíritas estão desencarnando mal. Por que será?

Provável em razão de todas as possibilidades relativas ao conhecimento da vida espiritual que tem acesso no Espiritismo e ainda assim, após a morte do corpo físico, chegam no mundo espiritual em frangalhos, deixando muito a desejar, requerendo, por parte dos amigos espirituais, muitos esforços a fim de reequilibrá-los. 

A quem muito foi dado muito será pedido e a carga de responsabilidade será sempre proporcional ao nível de consciência da criatura. E não nos iludamos, porque não será nenhum juiz que efetuará a referida cobrança e sim a própria consciência de cada um, mormente se o espírita já adquiriu lucidez suficiente para iniciar e desenvolver o seu processo de reforma íntima.

Você já ouviu falar ou já leu o livro Voltei?

Obra magnífica recebida pelas abençoadas mãos de Chico Xavier. Encontramos nesta obra a experiência vivida pelo irmão Jacob, autor espiritual, pseudônimo de Frederico Figner. Interessante analisar que no livro Nosso Lar conhecemos a experiência relatada por André Luiz que, quando encarnado, não esposava as lições exaradas na doutrina espírita. Entretanto, em Voltei, a experiência apresentada é de um confrade, considerado um dos espíritas mais perfeitos do seu tempo e pudemos conhecer as dificuldades enfrentadas no seu processo de readaptação à pátria espiritual. Portanto, é muito indicado a sua leitura para que tenhamos ideia e dimensão das dificuldades que provavelmente enfrentaremos ao retornarmos à pátria espiritual.

Já de cara, no prefácio da obra, irmão Jacob esclarece: 

“Enquanto no corpo, não formulamos a ideia exata do que seja a realidade, além da morte. Ainda mesmo quando o Espiritismo nos ajuda a pensar seriamente no assunto, debalde tentaremos calcular relativamente ao futuro, depois do sepulcro”.

 

Curioso observar a afirmação que nos leva a concluir que o simples fato de sermos espíritas não quer dizer muita coisa.  Às vezes, não quer dizer nada mesmo, só piora, do ponto de vista do que colheremos após a desencarnação, concorda comigo?

Encarnações e mais encarnações, séculos e mais séculos de condicionamento em crenças religiosas, que se foram importantes em determinado momento de nossas existências, não lograram elucidar-nos sobre a dinâmica da vida espiritual. O Espiritismo como doutrina libertadora de consciências e de corações, como afirma Emmanuel, vem nos arrancar da ilusão em que nos demoramos impedindo nosso avanço na trajetória evolutiva de filhos de Deus.

 

Irmão Jacob continua:

“Acreditei que o fim das limitações corporais trouxesse inalterável paz no coração, mas não é bem assim.”

 

E mais adiante:

“Guardem a certeza de que o Evangelho de Nosso Senhor Jesus-Cristo não é apenas um conjunto brilhante de ensinamentos sublimes para ser comentado em nossas doutrinações – é Código da Sabedoria Celestial, cujos dispositivos não podemos confundir.”

Recomendo fortemente a leitura e estudo desta obra imperdível da psicografia de Chico Xavier.

Na obra Missionários da luz de André Luiz pela psicografia de Chico Xavier, somos apresentados, pelos amigos espirituais a um conceito muito interessante. Trata-se dos espíritos completistas.

André Luiz, na ocasião, se encontrava em um instituto de planejamento de reencarnação da cidade Nosso Lar dialogando com Manassés, um dos trabalhadores da instituição, que lhe apresenta uma entidade simpática que, após quinze anos de trabalho nas atividades de auxílio, regressaria à esfera carnal para a liquidação de determinadas contas e estava submetendo-se a um planejamento reencarnatório. 

Manassés dirigindo-se ao companheiro Silvério, candidato a reencarnação, que demonstrava estar um tanto preocupado e hesitante quanto ao êxito do projeto reencarnatório, dá-lhe a seguinte orientação:

 

“Trate de aproveitar a oportunidade. Todos os seus amigos esperam que você volte, mais tarde, à nossa colônia, na gloriosa condição de um “completista”.

 

André Luiz, curioso, pergunta a Manassés o que significava o termo completista no que é imediatamente atendido ouvindo estas informações:

“É o título que designa os raros irmãos que aproveitaram todas as possibilidades construtivas que o corpo terrestre lhes oferecia. Em geral, quase todos nós, em regressando à esfera carnal, perdemos oportunidades muito importantes no desperdício das forças fisiológicas”. (...)

Perambulamos por lá, fazendo alguma coisa de útil para nós e para outrem, mas, por vezes, desprezamos cinquenta, sessenta, setenta per cento e, frequentemente, até mais, de nossas possibilidades.

 

É isto mesmo que você leu. Não se enganou não, caro leitor. Em nossas experiências encarnatórias, segundo o irmão especializado nestes assuntos, desprezamos a metade e muitas vezes, quase a totalidade das possibilidades que nos foram concedidas para o tentame reencarnatório. 

Por esta razão, dentre outras, que Dona Laura, mãe de Lísias, quando se preparava para sua reencarnação na Terra afirmou:

 

 “...devemos compreender que a reencarnação é sempre uma tentativa de magna importância.”

Este aprendizado consta no livro Nosso Lar.

Manassés, complementa a informação, para nós preciosa, abordando os expressivos direitos daqueles que exibem a condição de completistas:

 

“O “completista”, na qualidade de trabalhador leal e produtivo, pode escolher, à vontade, o corpo futuro, quando lhe apraz o regresso à Crosta em missões de amor e iluminação, ou recebe veículo enobrecido para o prosseguimento de suas tarefas, a caminho de círculos mais elevados de trabalho.”

 Reflitamos!

Quanto nos perdemos em desregramentos de toda a sorte complicando os caminhos evolutivos, criando, consciente ou inconscientemente, laços escravizantes, alimentando enganos e fantasias, destruindo o corpo e envenenando a alma.

É preciso que se saiba que ninguém falha na sua missão totalmente; sempre há o que aproveitar para a sua instrução, mesmo porque, o mal que ele causar responderá por ele, por vezes voltando em outro instrumento físico para terminar a sua tarefa. O Espírito não retrocede; ele, cada vez mais, cresce em todos os rumos da verdade.

Os Espíritos superiores são conscientes de que o reencarnante pode falhar nos seus labores junto aos homens, mas, isso faz parte do seu aprendizado. A Terra é uma universidade, onde o Espírito recolhe suas experiências e acumula valores no coração da vida.

Para aquele que falhou na sua missão, o castigo, mesmo como Espírito conhecedor da verdade, é de retornar ao campo de lutas na carne, para começar de novo e fazer o que deixou de realizar, para tornar-se um completista. Há determinados missionários que fazem além do previsto; esses são Espíritos altamente conscientes dos seus deveres junto à humanidade, e aproveitam sua estada na Terra, reunindo todos os seus esforços, avançando além do previsto e realizando maravilhas.

Espelhemo-nos nos espíritos completistas, imitando seus esforços e sigamos adiante arrimados no amor e no serviço ao próximo. Conquanto, passem, frequentemente, como anônimos na Terra, trazem imenso lastro de espiritualidade superior. Amadurecidos que são, quando atingem a situação de “completistas”, abandonam toda experiência que os possa distrair no caminho de realização da Vontade Divina.

Repito para fixar: “abandonam toda experiência que os possa distrair no caminho”. Complicado não é amigo(a) leitor(a)?

Tenho a impressão que isso é o que mais fazemos. Distrair-nos com ilusões que não nos conduzem a nada. Antes, só nos trazem mais sofrimentos, criando expiações para o triste futuro.

Uma dica para começar?

Aqui vai:

Não se permita a hora vazia. Preencha seu tempo ocioso, que é por onde a tentação irá se insinuar esquentando nossas fragilidades. De preferência, trabalhe no bem, em favor de alguém, saindo do comodismo milenar que insiste em nos prender em suas teias. Somente assim nos defenderemos contra as arremetidas dos espíritos infelizes e principalmente, das nossas próprias imperfeições.

Firme estas certezas: um espírita fora do corpo, nada mais é do que um espírito. As obras que realize no bem aqui na Terra, é que irão fazer a diferença. Por outra, vivenciar o ensinamento do mestre Jesus “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

 

(*) Todos os grifos são nossos

 

Referências

(1) Jacob, Irmão. Voltei. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 1ª ed. Brasília. Editora FEB, 1949. 176p.

(2) Luiz, André. Missionários da Luz. Psicografado por Francisco Cândido Xavier. 15ª ed. Brasília. Editora FEB, 1982. 347p.

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